Hoje (15/05) é o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que definirá a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). O presidente do Banco Central Ilan Goldfajn têm sinalizado na mídia sobre uma possível redução de 0,25% na taxa que hoje é de 6,5% a.a. com a prerrogativa dos indicadores internos.
Contudo os analistas de mercado têm ressalvado tal postura do Banco Central devido ao novo cenário externo com a elevação do preço do barril do petróleo hoje em US$ 80,18 influenciados saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã, redução na produção do combustível fóssil já sinalizado pela Opep (cartel das empresas produtoras de petróleo) e anúncios de aumento dos juros pelo FED (banco central norte americano) sob os rumores da inflação. O aumento dos juros americanos atrai os recursos aplicados em países emergentes para a segurança do dólar, atingindo em cheio o Brasil.
Outra variável importante é o mercado doméstico e os desdobramentos das campanhas eleitorais que ficam nos radares dos investidores. O grande receio do mercado financeiro é a vitória de um presidente populista sem compromisso com as reformas (principalmente a da previdência) ou com um candidato que até seja liberal, mas sem influência política para uma Emenda Constitucional que precisa de 2/3 do congresso nacional para aprovação da reforma. Para termos uma ideia da situação dos nossos países vizinhos será usado como ilustração a Argentina, que na semana passada anunciou o aumento da sua taxa básica de juros para 40% a.a. só para conter a desvalorização do peso mediante ao dólar.
Hoje a bolsa de valores brasileira está com o índice de 83.986,37 queda de 1,46% e o dólar comercial está cotado a 3,668 aumento de 1,11% influenciados inclusive pelos anúncios do presidente do banco central de que haverá um novo corte na taxa SELIC.
A taxa referencial SELIC é utilizada para controlar a inflação. Quando a inflação está alta, o BC aumenta os juros esfriando o consumo e estimulando a poupança e demais aplicações financeiras, e quando a inflação está baixa ou controlada o BC reduz os juros para estimular a produção e o emprego.
Será que chegou ao fim o afrouxamento monetário? Amanhã (16/05) saberemos a postura do BC e se de fato considerou os fatores externos.
Anderson Sidnei Reuter
Consultor Tributário
DJE ADVOGADOS ASSOCIADOS