Prisão ocorreu na manhã desta quarta (19) em Balneário Camboriú.
Documentos e materiais que estavam na casa dele foram apreendidos.
Um homem foi preso temporariamente em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, na manhã desta quarta-feira (19) em uma operação da Polícia Federal deflagrada em seis estados e no Distrito Federal para apurar supostas fraudes fiscais junto à Receita Federal. Segundo o delegado Thiago Giavarotti, até a tarde desta quarta, o homem estava preso na Delegacia da Polícia Federal de Itajaí. Além da prisão por volta das 6h, a Polícia Federal de Itajaí cumpriu um mandado de busca e apreensão no apartamento do homem na Rua 1822, no Centro de Balneário Camboriú. “Foram apreendidos documentos e materiais de interesse da investigação”, detalhou o delegado Giavarotti. A Polícia Federal de Itajaí não passou informações sobre o envolvimento do preso em Santa Catarina com essas supostas fraudes, nem o nome e idade dele. Por telefone, a comunicação social da Polícia Federal no Distrito Federal informou ao G1 SC que, por enquanto, não pode informar detalhes sobre a prisão. Em todo o país, a Polícia Federal cumpria 42 mandados judiciais O prejuízo estimado é de pelo menos R$ 100 milhões, segundo a PF. A corporação informou que o esquema fraudava o sistema por meio de compensações de créditos tributários irregulares, utilizando créditos “fantasmas” para quitar dívidas de empresas com o Fisco recorrendo a um software.
Operação Java
Ao todo, a Justiça Federal expediu 12 mandados de prisão temporária, 12 de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. As ações foram iniciadas em São Paulo, Bahia, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e no DF. Segundo a PF, 20 empresas estão envolvidas com a suposta fraude. De acordo com a corporação, um grupo de empresas procurava a organização criminosa especializada no esquema, que adquiria créditos fantasmas (com títulos sem validade, por exemplo). Assim, conseguia quitar as dívidas que tinham com a Receita, pagando aos criminosos menos do que valor que deviam de fato. Os policiais apontam que as empresas, principalmente do ramo de construção, adquiriam esses créditos falsos para aparentar regularidade com a Fazenda, conseguir a liberação de certidões negativas e participar de licitações públicas.Ao G1, a PF informou que não foi detectada nenhuma vulnerabilidade no software da Receita e que ele não chegou a ser hackeado. A fraude acontecia no momento de lançar informações no programa, usado pelos suspeitos para declarar créditos a que não tinham direito com o intuito de conseguir benefícios fiscais, como redução de impostos.A operação é batizada de Java e as investigações começaram há um ano e meio. O nome faz alusão à linguagem de programação orientada a objetos utilizada para a programação de softwares, inclusive os programas usados pela Receita Federal.
Fonte Globo.com